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Fecomércio-BA estima que vendas ligadas ao Dia dos Namorados devem cair 2,3% em junho

Comércio, Economia, Sistema Comércio
9 de junho de 2021
Fecomércio-BA estima que vendas ligadas ao Dia dos Namorados devem cair 2,3% em junho

Roupas e calçados que sempre são os destaques da época devem puxar vendas para baixo

O comércio varejista da Bahia deve registrar mais um resultado negativo para o Dia dos Namorados, importante data do calendário do setor. Segundo a projeção da Fecomércio-BA, os setores mais ligados à data comemorativa devem retrair 2,3% no mês de junho quando comparado com igual período de 2019, ano pré-pandemia.

Segundo o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, no ano passado, a projeção prévia para as vendas neste período era de recuo de 30%.

“No entanto, o auxílio emergencial entrou na economia de uma forma bastante expressiva e o resultado conseguiu ser mais ameno, de -4,7%”, esclarece o economista.

Além disso, para Dietze, “não é adequado realizar a comparação com o ano passado, pois foi um mês atípico, afetado pela pandemia e, por isso, deixou uma base de comparação fraca. Só a título de curiosidade, a variação esperada em relação a 2020 é positiva em 2,5%. Pode-se gerar uma interpretação otimista, o que não é o caso dada a circunstância da segunda onda da pandemia do coronavírus”.

O segmento que sempre liderou nas listas de intenção de compra para o período é o de vestuário e calçados. São itens como camisetas, shorts, vestidos, sapatos, meias, que sempre os consumidores procuravam nesta época. No entanto, a expectativa é que haja uma queda de 45,7% na comparação com junho de 2019.

“É natural pensar que a pandemia mudou o hábito do brasileiro. Primeiro que há uma demanda menor de troca e renovação de guarda-roupa. E segundo, que aumentou a necessidade de outros itens como computadores, celulares, entre outros eletrônicos, devido ao novo normal”, pontua o economista.

De acordo com Dietze, a projeção é que haja um crescimento de 18% nas vendas de eletrodomésticos e eletrônicos no mês de junho. O fator câmbio também influencia no resultado, visto que os insumos de produção de eletrônicos, em grande parte importados, ficaram mais caros e pressionam os preços aos consumidores.

Mas vale o detalhe que, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-BA, das famílias de Salvador que estão endividadas, 90% estão no cartão de crédito. Essa é uma modalidade que está sendo utilizada como alterativa de consumo, e com possível parcelamento ajuda na compra de produtos como computadores, televisores etc.

“O setor de farmácias e perfumarias deve ter uma leve queda de 0,9% na comparação com 2019. O câmbio também é um fato que impacta nos preços. Os produtos como perfumes e cosméticos, normalmente, são os segundos da lista de intenção de compra para o Dia dos Namorados”, diz Guilherme.

E por fim os supermercados, com estimativa de suave crescimento de 0,7%. As restrições de circulação e de funcionamento, adicionadas aos preços mais caros dos restaurantes, fazem com que consumidores optem por fazerem suas festividades em suas residências.

“A pandemia, portanto, está alterando os hábitos de consumo e o comércio deve sentir essa mudança daqui para a frente”, destaca o consultor.

“A expectativa é que o Dia dos Namorados será mais uma data importante para o comércio com desempenho negativo. Porém, diante do impacto da pandemia, uma queda de 2,3%, pode até ser considerado um desempenho relativamente razoável”, justifica Guilherme Dietze.